15/05/2020

ABC Charolês divulga resultados da 3ª edição das provas de avaliação a campo (PAC) e de consumo alimentar residual (CAR) da raça

Ganhos médios diários foram de 1,348kg no PAC e de 1,733kg no CAR. Participaram dezenove exemplares oriundos de sete criatórios diferentes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Por Nathã Carvalho

A pandemia causada pelo novo coronavírus comprometeu os planos da Associação Brasileira de Criadores de Charolês (ABCC) e da Embrapa Pecuária Sul para a realização do já tradicional dia de campo de premiação e divulgação dos resultados da Prova de Avaliação a Campo (PAC) e de Consumo Alimentar Residual (CAR) da raça Charolês, realizadas na Embrapa em Bagé, na campanha gaúcha. Diante deste cenário, a divulgação se deu apenas através das plataformas digitais da ABCC.

Pela terceira vez o Charolês participou destas avaliações de desempenho. A 3ª edição, encerrada no início deste ano, reuniu dezenove exemplares oriundos de sete criatórios diferentes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os animais chegaram na unidade da Embrapa no final de abril de 2019 e tiveram a primeira pesagem da PAC realizada no dia 23 de maio e a última das seis pesagens no dia 10 de outubro. O Charolês encerrou sua participação na PAC com ganho médio diário de 1,348kg e com dois animais participantes com ganhos superiores a 1,500kg por dia. A PAC durou em torno de 180 dias, sendo de 10 a 15 deles, destinados à adaptação dos animais. Na sequência, os mesmos exemplares foram direcionados para a prova de CAR em confinamento por cerca de 90 dias (sendo 20 dias de adaptação), onde o ganho médio diário foi de 1,733kg entre todos exemplares e com quatro animais com ganhos superiores a 2kg/dia.

A PAC tem como objetivo, comparar, dentro de um mesmo ambiente de criação, reprodutores de diferentes criatórios do Sul do Brasil, com a finalidade de identificar animais superiores para produção de carne em sistema de pastejo. No final da prova, classificam-se os animais por meio de um índice que pondera cada característica avaliada e as sumariza em um único número para qualificar os animais. Entre as características que exercem maior peso no índice, estão àquelas relacionadas ao ganho de peso (45%), seguidas pelas integrantes da avaliação de carcaça por ultrassom (25%), perímetro escrotal (5%) e 25% para os parâmetros subjetivos, como conformação, padrão racial e sexualidade. Já o CAR mensura a diferença entre o consumo de alimento observado e o consumo estimado para o animal. Desta forma, animais mais eficientes consomem menos alimento que o estimado, apresentando valores negativos de CAR. Após os dias de adaptação no início de cada uma das provas, todos os animais recebem rigorosamente o mesmo tratamento.

Conforme o coordenador da PAC, o analista Roberto Collares, a raça apresentou um excelente desempenho e considerável adaptabilidade às condições de produção. “Os touros Charolês apresentaram extraordinários ganhos de peso a campo, recebendo somente sal mineral, demonstrando a excelência genética da raça com resultados assegurados pela acurácia da pesquisa brasileira” revelou.  Segundo ele, estas provas foram realizadas com a utilização de metodologias modernas, onde várias características produtivas foram avaliadas pelos pesquisadores da Embrapa. “Estes resultados demonstram que a genética da raça está adaptada aos campos brasileiros. Na PAC, os reprodutores são avaliados a campo, enfrentando todo o tipo de clima da região sul (frio, calor, excesso de chuva e secas), em pastagem e campo nativo, onde os animais, vão desempenhar suas funções reprodutivas. Os indivíduos que passam por essa prova, com bom desempenho, estão aptos para trabalharem em qualquer região em nosso país” explanou o pesquisador. Ele finaliza, enfatizando que o CAR, prova de avaliação da eficiência Alimentar, complementa a prova a campo.

Além dos índices finais que determinam a classificação dos exemplares em cada uma das provas, os animais ainda são ranqueados em três categorias: “Elite” = animais com índice acima da média + 1 desvio padrão; “Superior” = animais com índice entre a média e 1 desvio padrão e “Comercial” = animais com índice menor que a média.

Durante a segunda semana do mês de maio de 2020, a Embrapa Pecuária Sul recebeu os terneiros que irão participar da 4ª edição das avaliações para a temporada de 2020/2021. Ao todo, 20 exemplares desembarcaram na unidade, provenientes de sete cabanhas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, sendo duas delas, participantes pela primeira vez.

Animais classificados como elite na 3ª Prova de Avaliação a Campo (PAC):
1º lugar: “Ecraser 3127 de Santo Izidro#”, índice: 1,917 - GMD: 1,557 kg - Cabanha Santo Izidro, Dilermando de Aguiar/RS.
2º lugar: “Jotabê 6006 Oxalá#”, índice: 1,632 - GMD: 1,557 kg - Cabanha Charolês Figueira, Arambaré/RS.
3º lugar: “Cézar Bigben 1273 Overleaf#”, índice: 1,195 - GMD: 1,471 kg - Cabanha Cézar, Vacaria/RS.
4º lugar: “Cézar Bandit 1235 Odin#”, índice: 1,162 - GMD: 1,464 kg - Cabanha Cézar, Vacaria/RS.

Animais classificados como elite na 3ª Prova de Consumo Alimentar Residual (CAR):
1º lugar: “Sá Brito CO 4410”, índice : 1,882 - GMD: 1,995 kg - Estância Sá Brito - Alegrete/RS.
2º lugar: “Envooter 3143 de Santo Izidro#”, Índice : 1,398 - GMD: 2,302 kg - Cabanha Santo Izidro – Dilermando de Aguiar/RS.
3º lugar: “Querência 2983”, índice: 1,048 - GMD: 1,624 kg - Fazenda Querência, São Borja/RS.

Abaixo faça o download da planilha completa de resultados.


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